Longe da urgência com que se vive nas cidades, no Vale do Terva a vida tem outro compasso, o tempo como que dilata e a sensação de constante atraso para chegar ao destino dilui-se na sapiente calma com que tudo se faz, a seu tempo, no seu espaço. Aqui ainda é farto o momento para a lembrança.
Nesta escala tão própria de tempo em que os dias parecem maiores, entre as horas árduas de trabalho e os momentos de descanso, as pessoas lembram, contam e recontam e, nesta teima de não esquecer, trazendo o passado ao presente, resiste-se criando novos espaços, novos tempos, novas identidades e novas vozes. É nesta repetição/reconstrução de memórias que encontramos as aldeias de Ardãos, Nogueira, Bobadela, Sapelos e Sapiãos, imersas em valores singulares, autênticos, fazendo com que quem passa e experiencia pelo menos um dia da vida nas aldeias, não mais as esqueça.
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